quarta-feira, 7 de abril de 2010

Gilberto Silva cita 2002 e exalta lealdade de Dunga

Para volante, titular na última conquista do Brasil e na seleção atual, o treinador é o mais correto possível com os jogadores

Titular na estréia de Dunga como técnico da seleção brasileira, em 2006, Gilberto Silva permanece na equipe desde então. Já foi capitão e hoje é um dos “líderes”, como o próprio volante se define.

Junto com Lúcio, Gilberto Silva é o único remanescente do time titular de 2002. “Acho que, apesar de tantas mudanças, a seleção tem o mesmo espírito vencedor daquele grupo, além, é claro, da qualidade”, afirmou o mineiro de Lagoa da Prata, em entrevista ao iG.



Para volante, só a conquista da Copa das Confederações diminiu pressão sobre Dunga

O volante esteve em 48 dos 54 jogos da era Dunga. Criticado no período em que ficou sem atuar no Arsenal e era titular do Brasil, ele exalta a lealdade do treinador com os seus comandados. “Ele tem sido o mais correto possível com os jogadores”, comenta. Gilberto Silva afirma, inclusive, que o técnico o ajudou na decisão de trocar de clube, em 2008, para seguir jogando e não perder espaço na seleção.

Veja a entrevista completa de Gilberto Silva:

iG: Você já esteve em duas Copas do Mundo. Vive alguma expectativa ou até aflição nesse período antes do anúncio oficial dos convocados?
G. Silva: O fato de não ser a primeira não tira a ansiedade. E ela aumenta a cada dia que chega mais perto o dia da convocação. A melhor forma para não ficar se martirizando com o receio de uma lesão é se preparar bem no seu clube. No final de temporada, o desgaste já é grande. A partir do momento que você está bem fisicamente a cabeça também ajuda, o lado psicológico. Se você está bem fisicamente, fica mais tranqüilo. É o meu caso.



iG: Você foi um dos jogadores mais criticados durante o trabalho do Dunga. Mesmo assim, esteve em quase todos os jogos. Como convive com as críticas?
G. Silva: Eu acho que as críticas muitas vezes podem ter uma coerência. No pior período que passei em relação às críticas foi na minha última temporada no Arsenal, porque eu não jogava e as pessoas questionavam como eu seguia na seleção brasileira. E continuei sendo titular. Então, foi uma época difícil, as críticas eram fortes. Mas eu procurei de certa forma ver o lado positivo da critica. Não achar que todo mundo não tinha razão, ver o que tinha de verdade e aceitar também. Fiquei bastante chateado com algumas, outras entendi. Você tem que superar essa situação trabalhando. Na seleção é assim: tem que matar um leão por dia.

iG: Mas você acha que a sua posição é algo que atrapalha? O volante raramente é valorizado. Dunga e Emerson são exemplos.
G. Silva: Hoje é bem mais tranqüilo, principalmente depois da Copa das Confederações. Muita gente entendeu a minha função dentro da seleção. Eu não tenho que ir para frente marcar gols, nem dar o último passe para o nosso atacante. Porque nós já temos jogadores com essas qualidades, que fazem isso muito melhor do que eu: o Kaká, o Robinho, o Luis Fabiano, o Ramires, o Elano, Então, eu tenho que cuidar é das coisas lá atrás. Essa é a minha função.

iG: O Dunga costuma dar dicas aos jogadores sobre a vida fora da seleção brasileira, como troca de clube, por exemplo?
G. Silva: Ele conversa bastante. Eu acho que ele é muito direto, franco, tranqüilo. Me perguntava o que estava acontecendo no clube. De uma forma muito simples. Não só comigo. Conversamos bastante na época em que troquei o Arsenal pelo Panathinaikos. O principal motivo que me levou a sair foi para jogar, ser titular, para depois chegar na seleção com as mesmas condições dos outros companheiros. Eu não sabia qual seria a minha situação no Arsenal.

iG: Você já foi capitão e é um dos mais experientes do time. O Dunga pede para você orientar os mais novos na seleção?
G. Silva: Sim, ele sempre pediu para orientar os jogadores que estavam chegando. Foi legal, tem sido legal, super importante. Os remanescentes de 2006 sabem das funções deles. Acho que todas as coisas têm fluido de uma forma muito boa.

iG: Você participou daquela campanha de 2002. O que pode ser repetido nesse time para tentar vencer a Copa do Mundo?
G. Silva: Muita coisa, mesmo o grupo tendo mudado tanto. Só estamos eu e o Lúcio no time titular que eram daquela equipe. Agora, eu vejo como uma comparação boa. Uma coisa que o time nunca perdeu foi o espírito de vencer. Não perdeu a qualidade, também. No início de trabalho é difícil montar a melhor equipe. A partir do momento que o grupo conseguiu isso os resultados saíram.

iG: Sobre 2006, você concorda com as críticas que fazem à preparação para a Copa?
G. Silva: Talvez o local (Weggis, na Suiça) não tenha sido o melhor. Principalmente aquela situação com torcedores assistindo aos jogos. Alguns jogadores se sentiam receosos de tentar uma jogada no treino, de arriscar. Mas eu penso que, ao mesmo tempo, a gente não pode colocar que isso foi o fator fundamental para o insucesso . O time não engrenou como era esperado, até pela qualidade dos jogadores. Em 2002, por exemplo, a equipe teve uma estreia complicada contra a Turquia e depois deslanchou e foi campeã. A gente não viu isso em 2006. Temos que deixar isso bem claro, que a equipe não engrenou e não achar que foi só o local que determinou o nosso insucesso.

iG: Você já foi capitão da seleção. Como é a relação do Dunga com os jogadores?
G. Silva: Nesse período todo ele tem sido o mais correto possível com os jogadores. Ele deixa isso bem claro no dia-a-dia. Ele tem procurado isso. Ser correto com todo mundo.

iG: Você acha que a lista do Dunga já esta fechada? O Ronaldinho tem chances de ir para a Copa?
G. Silva: Acho que uma boa parte do grupo já está formada. Agora eu não sei o que passa na cabeça dele. O que eu vejo é uma clareza com todos os jogadores. Vamos ver o que vai acontecer .. Todo mundo está ansioso. A gente fica confiante, até pela sequência de convocações, mas a gente não deixa de ter ansiedade.

iG: Você está na Europa desde 2002 e nunca falou em voltar. Pretende encerrar a carreira por aí?
G. Silva: Eu estou bem aqui. Agora o futebol é dinâmico, as coisas mudam rápido, não dá para saber. Quero um dia, quem sabe, jogar novamente no Atlético Mineiro. Mas, por enquanto, fico por aqui.

Fonte IG

2 comentários:

Marcio disse...

Gilberto Silva faz a diferença na seleção!!

7 de abril de 2010 às 17:36
Jorge disse...

o gilberto silva e lucio merecem a honrra de estarem tanto tempo na seleção!

7 de abril de 2010 às 17:38

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